Tradições locais remetem para práticas ambientais comunitárias
Seixezelo é conhecida por ser a terra das cerejas. Na 19.ª reunião do processo participativo do Plano Diretor Municipal (PDM) de Gaia, realizada na passada sexta-feira, foram feitas várias referências ao Festival da Cereja que se dinamiza, em finais de maio, no Parque das Corgas. Neste evento, há a tradição de distribuir aos fregueses um pé de árvore para que mil cerejas floresçam. Pelo que se pôde perceber, apesar de hoje não haver muitas árvores, em tempos Seixezelo foi terra de «frondosas e famosíssimas cerejeiras» e as crianças «a caminho da escola comiam as cerejas que iam encontrando pelo caminho, mesmo as caídas no chão».
Esta tradição remete-nos para um modelo de práticas ambientais comunitárias designadas «cidades comestíveis» ou «edible cities» que, nos últimos anos, surgiram no Reino Unido. Nestes lugares, os moradores cultivam frutas, ervas e vegetais nos espaços públicos para que todos possam partilhar.
Sendo uma terra com forte ligação ao mundo rural, o lugar onde nasce o Rio Febros, que atravessa longitudinalmente o município, e possuindo uma comunidade muito unida em torno do desporto, do apoio social e das artes, a dimensão pedagógica e comunitária relacionada com a agricultura poderia ser um desígnio relevante a ter em conta, articulando os vários equipamentos coletivos da Rua da Igreja, e permitindo animar um percurso pedonal ribeirinho até ao Rio Douro.
As próximas sessões serão dedicadas a Sermonde (24.03,21h) e Serzedo (26.03, 21h).
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