A necessidade de integacriar novas tecnologias que pudessem ser usadas como complemento às metodologias clássicas de topografia, tecnologias estas que permitem melhorar significativamente o tempo de resposta, rigor e a precisão. O uso destas tecnologias permitem uma redução de custos na obtenção de informação geográfica de base à realização do projeto e acompanhamento de obras, são deste modo também um estímulo importante à Reabilitação Urbana.
O projeto aqui apresentado baseia-se em quatro ideias chave:
A articulação entre os diferentes níveis de intervenção no tecido urbano, planos ordenadores, planos sectoriais, planos municipais, planos de pormenor e projetos, traduz-se vezes numa complexa análise da informação existente. O conhecimento rigoroso e atual do território complementado com informação geoespacial atualizada é fundamental: cadastro, limites, cércea, estado de conservação, levantamento de alçados e identificação dos elementos a conservar bem como das patologias existentes.
A delimitação das áreas de reabilitação urbana e a complexidade de que a sua definição se reverte, obrigando não apenas à definição dos seus limites mas também à determinação de: modelos de execução, entidade gestora, programa estratégico, tipo de operação de reabilitação urbana e prazo estabelecido para a operação e modelo de financiamento. Esta rede de ações obriga, logo à partida, a um conhecimento profundo do território que garanta a sua exequibilidade.
A existência de uma base geográfica adaptada ao modelo de reabilitação urbana e que preencha todos os requisitos supracitados permite a articulação entre diferentes departamentos municipais, agentes privados e outras instituições públicas ou privadas.
A reabilitação é das pessoas e para as pessoas, a participação pública é fundamental. É necessário promover o conhecimento dos projetos e a participação e integração da população em todas as fases do processo. A criação de uma base de dados que possa recolher contributos e expor em tempo real as evoluções de uma estratégia inclusiva é essencial ao desenvolvimento de um plano de ação de longo prazo.
O planeamento e a ação devem seguir em paralelo. A reabilitação urbana não se deve resumir a um conjunto de atuações pontuais mas assumir uma dimensão estratégica, apoiada por um plano de financiamento consistente, contemplando a definição de objetivos, a médio e a longo prazo, e baseada em abordagens integradas e multidisciplinares.
Quando propomos e desenvolvemos uma ARU temos de olhar a cidade como um todo, e por vezes mesmo a área metropolitana. O objeto da Reabilitação é a cidade.
A reabilitação não é instantânea, é sistemática e continuada, daí a importância de uma base geográfica digital atualizada e de pormenor, evolutiva e aglutinadora de diferentes valências.
O programa proposto visa garantir uma avaliação contínua da estratégia de reabilitação para todo o concelho de Vila Nova de Gaia, avaliando custos, benefícios, áreas mais apetecíveis, áreas que careçam de mais incentivos para promover a reabilitação, estado do património edificado e do espaço público, cruzamento com dados sociais, económicos, culturais e ambientais.
A Reabilitação é parte integrante do novo modelo de urbanismo que se baseia na programação pública, pelo que podemos dizer que se trata de um investimento a longo prazo, de um legado para as futuras gerações.
Tratando-se de um sistema integrado e composto por diferentes fases de estado, desde a aquisição à disponibilização, passando por todo o processo de tratamento da informação, o sistema SIGMUA3D é composto de base por 3 componentes:
A componente de Aquisição de Dados, na qual estão presentes todos os equipamentos necessários à aquisição de dados nomeadamente o laser scanner e estação total, elementos fundamentais e obtenção de dados rigorosos e precisos dos locais.
A componente de Tratamento e Armazenamento da Informação, no qual estão presentes os componentes de Hardware e Software de suporte necessários ao tratamento dos dados obtidos pela fase anterior.
A componente de Disponibilização da Informação, na qual se inclui o Portal intranet e internet de divulgação, acompanhamento e monitorização da fase de Reabilitação urbana, a disponibilização de modelos fotorealistas para projeto e modelos tridimensionais urbanos de cidade.
(Projeto da autoria da equipa técnica da Divisão de Informação Geográfica da Gaiurb em 2013)