Participantes realçaram a história e a riqueza patrimonial da freguesia original de Gaia
A 16.ª reunião do processo participativo da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) foi sobre Santa Marinha, a freguesia original de Gaia. No encontro realizado no dia 10 de março, que contou com mais de setenta participantes, recordou-se a sua história e sublinhou-se a sua riqueza patrimonial, da qual sobressaem o centro histórico, os armazéns do vinho do Porto, as antigas fábricas de cerâmica, as quintas, os morros da Serra do Pilar e o Lugar do Castelo, e a frente fluvial do rio Douro.
Tal como os restantes centros históricos urbanos, o de Gaia vive também tempos de acelerada transformação, sobretudo mais recentemente, em resultado do fenómeno do turismo que permitiu introduzir uma nova dinâmica económica com benefícios para a recuperação dos edifícios e criação de emprego, mas que teve também consequências no mercado imobiliário, com efeito no aumento de preços, redução da oferta habitacional e alguma gentrificação.
Foi referido que a sua orografia torna particularmente difícil a relação entre a cota baixa e a alta, designadamente no que toca aos transportes coletivos, e o estado de degradação de alguns edifícios emblemáticos dificulta a sua conservação. Defendeu-se a necessidade de promover a habitação a preços acessíveis para atrair e fixar famílias, assim como de valorizar o rio e a frente de rio com novas atividades náuticas.
Ao debater o Centro Histórico, aludiu-se não só ao espaço que lhe serve de suporte, mas também às suas ligações. Um dos desafios colocados pelos cidadãos foi a valorização sensorial dos percursos entre a cota intermédia e a cota baixa através da articulação das referências ligadas à cerâmica, às Quintas e seus muros em granito e aos percursos que amarram este antigo entreposto de armazenagem.
O centro mais antigo de Gaia, na sua dimensão multipolar, é hoje um espaço procurado por novas famílias como espaço de residência, sendo valorizado o Metro, o espaço público, os modos ativos de deslocação, os jardins e o comércio de proximidade. Ficou no ar o importante desafio de revitalizar o centro antigo atraindo novas famílias e atividades.