Plano de Pormenor da Estação de Santo Ovído elaborado pela Gaiurb foi apresentado
O Plano de Pormenor Estação de Gaia - Santo Ovídio - Projeto de Alta Velocidade Porto-Lisboa, um instrumento de planeamento para enquadrar o desenvolvimento urbanístico da zona envolvente à futura estação, foi apresentado esta terça-feira em Vila Nova de Gaia, no quadro do protocolo de cooperação celebrado entre a Gaiurb, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e a Infraestruturas de Portugal.
Durante a cerimónia, foi anunciado que a nova estação de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, vai mesmo avançar e faz parte do primeiro troço da Linha de Alta Velocidade (LAV) ferroviária Porto – Lisboa. Está integrada no projeto de alta velocidade Porto-Lisboa e fazendo parte do primeiro troço desta linha ferroviária entre Porto e Oiã (distrito de Aveiro). Será construída a cerca de 60 metros de profundidade, terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento, dois edifícios de passageiros e uma extensão de aproximadamente 290 km.
"Será a estação de maior complexidade que fizemos em Portugal", disse o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, uma opinião partilhada pelo presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, António Miguel Castro, que destacou que a nova estação de Gaia “estará no top cinco dos hubs de mobilidade mais importantes do país”.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, a Linha de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa é a “obra mais importante do país”, ultrapassando mesmo o novo aeroporto de Lisboa. O autarca gaiense realçou que é a “ferrovia que vai trazer coesão ao país” e “ajudar a promover a coesão territorial“.
A futura estação terá um caráter multimodal, agregando várias valências, e constituir-se-á como o centro de um novo pólo de atividade social e económica da cidade, sendo um projeto de relevante interesse local, regional e nacional, com enorme impacto na esfera de responsabilidades de cada uma das entidades intervenientes no referido protocolo;
A nova infraestrutura terá ligação às linhas do metro Amarela (Hospital São João-Santo Ovídio, estando em construção o prolongamento a Vila d'Este) e Rubi (em construção para ligar Casa da Música, Campo Alegre, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio), bem como a autocarros.
O concurso público da nova estação foi já lançado e termina a 2 de julho. O vice-presidente da IP prevê “começar a receber as primeiras propostas durante o mês de julho” e espera que o “contrato entre em vigor até dia 1 de julho de 2025”. Carlos Fernandes calcula que a obra arranque no “início de 2026 e que “cinco anos depois de 1 de julho de 2025 este troço possa estar em funcionamento”.
Carlos Fernandes e o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, explicaram as razões de ter sido incluído no projeto esta nova estação: “Se todos os passageiros que pretendem chegar à Área Metropolitana do Porto (AMP) saíssem em Campanhã, o escoamento seria difícil".
No projeto original, a última paragem antes de Campanhã, no Porto, era em Aveiro, mas "a reconfiguração da AMP nas últimas décadas permitiu mostrar que haverá sempre constrangimentos nas travessias", disse o autarca de Vila Nova de Gaia, acrescentando: “Estamos aqui hoje porque existe uma necessidade técnica, justificada tecnicamente, de fazer uma estação em Vila Nova de Gaia. O que se quis fazer foi contribuir para melhor mobilidade", referiu o autarca.
Por seu turno, o arquiteto Joan Busquets, autor do projeto da nova infraestrutura, revelou que será requalificado um curso de água no vale de Quebrantões e nova estação terá um vestíbulo para deixar entrar a luz a exemplo de projetos de Paris (França) ou de Nova Iorque (Estados Unidos da América).
De resto, o "respeito pelo verde" e a ligação entre o Jardim do Morro e Santo Ovídio, foi realçado pelo presidente do CA da Gaiurb, que considerou que este projeto representa um “novo modelo de desenvolvimento da cidade".