Investimento inteligente gerou mais coesão social e melhor edificado e espaço público
Numa cerimónia simbólica, que se realizou no último sábado, em Vila d’Este, foi descerrada uma placa evocativa que assinala a conclusão da reabilitação da Urbanização de Vila d’Este (arranjos exteriores), cujo investimento global do Município de Vila Nova de Gaia ultrapassou os 17 M€.
A operação de reabilitação contemplou a implementação de políticas de educação, desporto e lazer, urbanismo, acessibilidades e rede viária, ordenamento e planeamento dos espaços de usufruto público numa lógica de promoção da qualidade de vida e de discriminação positiva da população residente nesta urbanização uma urbanização construída entre 1984 e 1986, através de um programa do Fundo de Fomento de Habitação, e constituída por 2085 habitações, distribuídas por 109 edifícios, e por 76 estabelecimentos comerciais.
O presidente da Câmara Municipal, Eduardo Vítor Rodrigues, referiu que esta é a conclusão de um trabalho cuja preparação começou em 2007. "É, por isso, um trabalho transversal a mais do que um ciclo autárquico”, disse. E acrescentou que, a partir de agora, o objetivo passará por "valorizar e continuar a trabalhar, nunca esquecendo que a pedra e o betão só valem a pena se tivermos também uma componente de apoio social para que as pessoas nas dificuldades tenham uma retaguarda”.
Por seu turno, Serafim Teixeira, presidente da junta de freguesia de Vilar de Andorinho, ressalvou a importância do trabalho em rede. "Com Vila d’Este mostramos que, graças ao trabalho da Câmara, da Junta de Freguesia e das associações, é possível mudar o que está menos bem. Vila d’Este é hoje uma revolução no que se refere às obras que aqui foram implementadas”, referiu.
António Miguel Castro e André Correia, administradores da Gaiurb, estiveram presentes nesta cerimónia que permitiu a evocação das diferentes fases de uma reabilitação que foi desenvolvida, ao longo de duas décadas, por esta empresa municipal. A referida operação de regeneração urbana apostou fortemente na revitalização material (edificado) e imaterial (coesão social), enquanto o espaço público (arranjos exteriores), que agora foram concluídos, ficaram a cargo da Câmara Municipal.
A empreitada de requalificação de Vila d'Este, uma urbanização que representa um enorme erro de planeamento urbanístico do Estado durante a década de 80, justificou-se pela degradação precoce dos elementos de construção, que afetava o ambiente físico e a qualidade de vida dos seus habitantes.
A solução adotada contemplou o revestimento do exterior das fachadas e coberturas, implementando-se novos sistemas de impermeabilização, soluções de isolamento e novos revestimentos, incluindo ainda ações de reabilitação dos espaços interiores comuns. A intervenção incidiu também na melhoria da eficiência energética das habitações e na introdução de elementos arquitetónicos que modernizaram o aspeto geral dos edifícios.
Tratou-se de uma ação de reabilitação colaborativa, com envolvimento de moradores e dos agentes locais, revelando-se ser um projeto promotor da inclusão social e da qualidade de vida das populações, merecedor do Prémio Nuno Teotónio Pereira IHRU 2016.