Mais espaços verdes e melhoria das infraestruturas pedonais e cicláveis em destaque
É muito relevante que numa reunião com mais de cinquenta cidadãos de São Félix da Marinha, no âmbito do processo participativo do Plano Diretor Municipal (PDM) de Vila Nova de Gaia, o discurso esteja tão alinhado com as ideias da Comissão Europeia, não obstante a enorme distância entre esta freguesia e Bruxelas, bem como entre as intenções das políticas europeias e a realidade de cada país.
Na sessão da passada sexta-feira, 12 de março, foram várias as referências à necessidade de valorizar as ribeiras (do Juncal e da Granja) e de as qualificar como espaços verdes arbóreos de fruição, ligando os centros do litoral aos do interior da freguesia. Surgiram, também, sugestões de proteção da orla marítima, prevenindo o avanço do mar, e de limpeza e cuidado da praia. Recomendou-se, ainda, a criação de mais espaços verdes urbanos, em particular na Granja, e também a melhoria das infraestruturas pedonais e cicláveis, nomeadamente na Estrada de Brito. Por fim, defendeu-se um modelo de desenvolvimento urbano de densidade equilibrada, respeitador da memória do contexto rural dos vários lugares que deram origem à freguesia, e também potenciador das referências históricas (personalidades ligadas à arte) e identitárias (atividades e lugares).
O Plano Diretor Municipal deve ter como objetivo principal construir uma narrativa de futuro para o território e as comunidades que o habitam e usam. Deve, não só responder aos problemas do presente, mas, também, valorizar e cuidar dos fatores distintivos do passado.
Os desafios ambientais e climáticos têm estado presentes em muitas das conversas do processo participativo do PDM de Gaia, tendo surgido sugestões de grande pertinência como as da sessão de São Félix. Para além disso, por via do confinamento e da limitação aos passeios de proximidade, muitos cidadãos tiveram a oportunidade de redescobrir os espaços verdes da sua freguesia, ganhando mais atenção para a importância de os cuidar e salvaguardar. Estamos hoje mais conscientes da necessidade de agir e de encontrar melhores soluções de qualificação do território baseadas na natureza.