Sessão do projeto «Gaia Somos Todos» aponta soluções adequadas à nova realidade
Habitação e Ação Social foi o tema em destaque na segunda sessão do projeto «Gaia Somos Todos», realizada a 20 de novembro, nas instalações da Gaiurb, ali mesmo nos claustros do Convento Corpus Christi.
O presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, procedeu à abertura do evento e destacou que "habitação e ação social surgem com realidades distintas e muitos desafios” e lembrou que a solução do problema da habitação não passa, hoje, pelo "tradicional modelo de habitação social para os mais carenciados, mas cada vez mais por um programa complexo de respostas múltiplas para múltiplas realidades”, designadamente de apoio direto ao arrendamento, através de subsídio, e também na habitação a custos controlados.
O autarca revelou a intenção de Gaia aderir ao programa de apoio «1.º Direito» até ao final deste ano e, ainda, de adequar "o modelo de construção de raiz a um modelo de requalificação de muitos apartamentos que estão devolutos e que podem ser dedicados ao mercado de arrendamento de custos controlados”.
Eduardo Vítor Rodrigues justificou que "a habitação encaixa neste debate porque é um elemento central das políticas públicas, das políticas municipais sociais que temos para os nossos habitantes. Numa lógica de parceria com a Gaiurb e com as nossas IPSS, os nossos instrumentos de economia social, as nossas instituições, que em muitos casos são parceiros fundamentais nas áreas da terceira idade, da juventude, da infância, garantindo valências que de outra forma seriam impossíveis de garantir pelo Estado ou pelo município”.
No que concerne à problemática da habitação social, o presidente da Câmara abordou ainda o Programa Municipal de Apoio ao Arrendamento, que este ano arrancou com 150 mil euros, tendo a verba sido já reforçada por três vezes em 2020, face ao incremento de situações de dificuldade, nomeadamente de famílias monoparentais e, na sua esmagadora maioria, de mulheres. "A prioridade vai para tentar resolver os problemas sociais, aqueles que eram tradicionais e aqueles que estão a levantar-se, concluiu”.
A coordenadora da Unidade de Ação Social da Gaiurb, Joana Azevedo, sublinhou que "Gaia tem feito muito bem o trabalho de casa”, com uma equipa de técnicos no terreno, numa lógica de proximidade com as populações”. Esta lógica é conseguida graças ao trabalho de uma "equipa multidisciplinar altamente empenhada em acompanhar todas as famílias residentes” nos fogos de habitação social, sendo "trabalhadas todas as áreas da família: saúde, educação, emprego e formação, e até questões mais relacionadas com a ocupação do tempo livre das populações”. A responsável destacou, ainda, a capacitação das comunidades, nomeadamente através do projeto Escola-Oficina, e o programa Bairros Saudáveis, que toca vários eixos de intervenção, como o social e o urbanístico.
A sessão contou, ainda, com a participação do coordenador do Observatório Social de Gaia, João Teixeira Lopes, e da coordenadora do atendimento e acompanhamento social do Centro Social de Grijó, Marisa Rodrigues.
O projeto «Gaia Somos Todos» distribui-se por um total de oito sessões sobre dez temas, sempre em direto no site e na página de Facebook da Câmara Municipal de Gaia, num modelo de proximidade com as pessoas. Mobilidade, Ambiente, Cultura e Desporto, Economia/Emprego e Formação, Cidadania e Participação foram os temas já abordados. Os próximos debates, nos dias 9 e 11 de dezembro, serão dedicados à Educação e à Saúde.