O Município de Gaia pretende afirmar-se como referência na transição para a economia de baixo carbono, apostando na eficiência energética, na utilização de energias renováveis e na redução das emissões de gases com efeito de estufa.
Este desiderato marcou a reunião de balanço da cooperação de Vila Nova de Gaia no projeto Locarbo, onde o vice-presidente da autarquia, Patrocínio Azevedo, salientou a trajectória de mudança no concelho, através de intervenções de reabilitação energética de edifícios e equipamentos públicos, designadamente escolas e infraestruturas desportivas, ou da organização de ações de sensibilização e formação no uso racional de energia para técnicos e cidadãos, coordenadas pela Gaiurb.
"Encaramos o desenvolvimento sustentável nas suas diferentes dimensões - económica, social e ambiental, em prol da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos", afirmou Patrocínio Azevedo, assinalando que a ambição de Vila Nova de Gaia faz parte de uma estratégia mais abrangente assente numa agenda de desenvolvimento sustentável, designada Gaia 20/30, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pelas Nações Unidas.
O plano de ação desenvolvido no âmbito deste projeto europeu visa os próximos dois anos, apontando caminhos para o futuro e materializando a ambição estratégica municipal de transição para uma economia de baixo carbono, através da promoção de medidas de eficiência energética em três vertentes.
A primeira passa pela reabilitação energética de um conjunto de edifícios de habitação social, no âmbito de candidaturas aprovadas no programa Norte 2020. Esta renovação pretende contribuir para a redução da fatura energética e melhoria do conforto dos habitantes.
Em segundo lugar, destaca-se a aposta na sensibilização para a adoção de comportamentos de consumo de energia mais conscientes em grupos alvo específicos, como as comunidades escolar e desportiva, os gestores de edifícios municipais e os consumidores do setor doméstico.
Por fim, a adoção de soluções tecnológicas que apoiem a recolha, análise e integração de dados sobre consumos de energia e outras variáveis, gerando informação e conhecimento relevantes para a reformulação de políticas no âmbito da eficiência energética.
O projeto Locarbo é apoiado pelo programa Interreg Europe, através do FEDER, num consórcio integrado por sete parceiros de seis países europeus - Itália, Hungria, Lituânia, Roménia, Reino Unido e Portugal, e defende que a promoção do uso racional de energia nos edifícios passa por melhores políticas públicas, pela adopção de modelos de cooperação inovadores entre o sector público e o sector privado e pela alteração do comportamento dos utilizadores. As novas tecnologias podem ajudar neste processo de transição, apoiando a recolha e análise de dados e informação acerca de consumos de energia e outros indicadores para apoiar a tomada de decisão e a definição de políticas e programas inovadores.
A reunião de balanço da cooperação de Vila Nova de Gaia no projeto Locarbo, que se realizou esta quarta-feira, contou com a participação do presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, Daniel Couto, que abordou o exemplo da reabilitação da urbanização de Vila d'Este, e Carla Pires, chefe de Divisão dos Serviços de Inovação desta empresa municipal, que se referiu às fases de aprendizagem inter-regional e de monitorização do projeto Locarbo.
Sérgio Gandarela, gestor de projetos da Energaia, António Castro, gestor de projetos da Solindigos, foram também oradores neste encontro, que antecedeu a sessão de encerramento da 1ª fase do projeto Locarbo, que se realizará no próximo dia 25, no salão nobre dos Paços do Concelho de Vila Nova de Gaia.