O município de Vila Nova de Gaia acolheu mais um evento do projecto Locarbo, assinalando o fim de uma bem-sucedida 1ª fase. Trata-se de um projeto apoiado pelo programa Interreg Europe, que integra seis países (Itália, Hungria, Lituânia, Roménia, Reino Unido e Portugal) e visa melhorar as políticas de reabilitação energética, partilhando informação e conhecimento com os outros parceiros, mas também desenvolvendo planos de acção em cooperação com as partes interessadas locais - stakeholders.
A extensa agenda deste evento, que se realizou nos dias 25 e 26 de setembro, incluiu sessões públicas e restritas para fornecer à parceria do Locarbo e respetivos representantes de autoridades de gestão, mas também agentes políticos locais / regionais, empresários e técnicos municipais, a oportunidade de compartilhar as melhores práticas de eficiência energética e todo o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos pelo projeto Locarbo.
O vice-presidente da Câmara de Gaia, Patrocínio Azevedo, reafirmou a intenção de Vila Nova de Gaia se tornar uma referência na transição para uma economia de baixo carbono, apoiando a eficiência energética, a utilização de fontes de energia renováveis e a redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa.
"As intervenções materiais no ambiente e edificado devem ser complementadas por intervenções imateriais, consciencializando a população sobre o uso racional da energia", acrescentou o autarca, apontando exemplos como escolas, jovens e famílias como importantes grupo-alvo para promover mudanças no comportamento energético em direcção a estilos de vida e consumos mais sustentáveis.
Patrocínio Azevedo defendeu que o futuro de Gaia assenta numa forte colaboração entre o município e as universidades, centros de I&D, empresas, associações e a sociedade civil. "Queremos co-criar soluções inovadoras para a nossa cidade, sendo que os cidadãos estão no centro desta nossa estratégia".
O autarca considerou, por outro lado, que o futuro de Gaia baseia-se num processo de aprendizagem política, na partilha de experiências e boas práticas com outras cidades e regiões do mundo. "Queremos aprender com os outros, mas também queremos promover as nossas ideias e projetos a nível global", concluiu.
À intervenção do vice-presidente, que marcou a abertura da sessão, sucedeu uma exposição sintética dos resultados obtidos na fase de aprendizagem inter-regional do Locarbo apresentada pelo parceiro líder do projeto. Posteriormente, duas sessões moderadas expuseram os investimentos municipais em eficiência energética no segmento habitacional, as atuais políticas e instrumentos de apoio à eficiência energética na Região Norte de Portugal e, também, um conjunto de três boas práticas locais/regionais nos domínios dos serviços de eficiência energética, estruturas organizacionais e soluções tecnológicas.
A propósito, o presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, Daniel Couto, apresentou o caso da reabilitação urbana de Vila d'Este como um exemplo de boas práticas no domínio da eficiência energética. A intervenção apostou em novas soluções de impermeabilização, de isolamento e de revestimento, privilegiando a melhoria da eficiência energética das habitações. A redução significativa da degradação urbanística de Vila d'Este decorrente desta intervenção teve, segundo sublinhou Daniel Couto, um forte impacto a nível social e um efeito abrangente na região.
A última parte da sessão de encerramento da 1ª fase do projeto Locarbo prosseguiu com um conjunto de sessões internas à parceria e aos seus stakeholders, dedicada à apresentação das experiências obtidas nos eventos Mid-Term locais/regionais, e à apresentação dos Planos de Ação Locais/Regionais por todos os membros da parceria. Os Planos de Ação Locais/Regionais estão prontos para serem colocados em prática pelos respetivos parceiros, que estão agora focados em explorar linhas de ação inovadoras nos territórios que representam e que sejam relevantes na influência sob os instrumentos políticos correspondentes.
No segundo e último dia do evento realizaram-se reuniões internas à parceria do projeto dedicadas às respetivas questões técnicas e financeiras, bem como uma avaliação interna dos resultados obtidos na 1ª fase do Locarbo.